domingo, 31 de maio de 2009

É do sono, ou da sangria

A cada novo passo sinto o pé escorregar, em cada encruzilhada a duvida se partir ou abraçar.
Tu, se quiseres voar por outros céus ou naufragar em novos mares, o caminho de regresso espera-te sempre.
Que nunca caiam as pontes entre nós.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

The true meaning of friendship...

...sacrifice.


terça-feira, 26 de maio de 2009

brrrrr

Não consigo adiar mais, amanha de manha, antes que acabe a coragem, visita ao dentista.
Como é que um dia em Sintra que prometia ser fenomenal acaba numa sessão de tortura física e psicológica ao melhor estilo Saw/Hostel ?!?
Como dizem os USAsianos, Shit Happens...

domingo, 24 de maio de 2009

Just thinking

De Sentimentos em prateleiras


Have you ever been lost?

Espelho meu, espelho meu...

De Sentimentos em prateleiras

Irrita-me ser julgado pelo que vêem em mim.
Acho que sou muito mais que a imagem que transmito, que as acções que tomo, as palavras que digo. Sei que existe tanto em mim que não mostro, que guardo, porque sou eu, é meu, e não necessito de o dar a alguém.
Porque é assim tão importante a maneira como somos vistos pelos outros?
Porque perdemos tempo em frente ao espelho a fazer aquelas pontas de cabelo desafiar a lei da gravidade, se vestem tops com cordões apertados abaixo do peito para desviar olhares ou passamos uma vida a dizer o que os outros gostam de ouvir. Só porque mostrar faz esconder.
Estou farto que esperem que eu mostre o meu valor, que atentem ao que digo e faço. Que me julguem, aos meus actos e ás minhas palavras apenas pelo que lhes mostro.
Que esperem que me apresente irrepreensível, logo eu que ando a anos-luz de qualquer forma de perfeição.
Por mim não se dêem ao trabalho de me olhar, de me ouvir, de me julgar.
Se não têm nada para me dar, não têm nada a receber, virem as costas e vão andando que já vos apanho.

domingo, 17 de maio de 2009

Medos: Part II

Recordo-me do meu 1º dia de creche, que tormento dei a minha mãe com aquela choradeira, aquele medo da novidade na rotina.
Como enfrentas tu os teus medos?
O 1º dia na escola nova, o olhar do rufia ameaçador a medir o nosso, o caminho que não sabemos se havemos de percorrer se voltar atrás, a proposta que não sabemos se devemos aceitar.
O desconhecido, o horizonte, a escuridão, abelhas, a aproximação, as palavras.
Tanto a nossa volta pode inspirar um medo, tantas vezes infundado.
Na escuridão total em ambiente desconhecido eu paraliso, tremo, paro de pensar.
Tento por um pé a frente do outro, obrigo-me a desencostar da parede.
Tenho medos, como toda a gente, mas não será o medo que fará de mim um cobarde.
Tento enfrentar as situações, dar a cara(por vezes literalmente), dou um passo em frente sabendo que por vezes o mais sensato era recuar.
E sabendo que por vezes o melhor não é saltar no desconhecido, mas agarrarmos-nos bem firmes para não cair, é tarde de mais, já pulei.
Diz assim um grande amigo meu: "Pago para não entrar, mas depois de estar lá dentro, pago para não sair." , só espero que o preço não seja alto demais.



FEAR OF THE DARK - IRON MAIDEN

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Tempo de excessos

Que noitada memorável, a começar na jantarada e capelas do bairro e a acabar no Jamaica...houve tempo para vários excessos
Só é pena serem tão raras.
Venham mais desculpas para juntar o pessoal


Summer 69 - Bryan Adam

terça-feira, 12 de maio de 2009

keep it simple

As senhoras andam sempre a dizer que são descomplicadas, que a vida para elas é muito mais simples.
Hoje uma fez-me perceber o porque.
Enquanto um homem quando tem um furo, despeja a mala do carro, saca de 10 ferramentas, macaco mecânico e roda suplente; A mulher despeja a sua mala e pega no cartão da seguradora.

domingo, 10 de maio de 2009

A teoria do Jerónimo

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, diz que a grave violência que está a acontecer em Setúbal é culpa da crise e não de má formação, apetências anárquicas e desrespeito pelo próximo.
E depois de pensar sobre o que ele disse sou obrigado a concordar, vejam:
Se não fosse a crise, o dread podia ir ao cinema, se fosse ao cinema não incendiava o carro (a menos que fosse ver o Tyson)
Se o dread fosse jantar ao Tavares rico não tinha tempo para mandar pedras á polícia
Se o dread pudesse comprar adidas no freeport Alcochete em vez de na feira ou pudesse ir jogar golf não perdia tempo a vender droga
Tenho até a certeza que todos eles trocavam o charrito por uma cigarrilha se lhes sobrasse dinheiro para isso
Tens razão ó Jerónimo, tens…
O enorme sinal de crise veio claramente do seu discurso. Crise de críticas inteligentes

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Vamos comer-nos uns aos outros

De Sentimentos em prateleiras


Hey Tu, sim, tu ai...
No fim de mais um dia de trabalho, após um fabuloso e farto jantar ou algo mais comedido que até estamos no verão, preparas-te para mais uma noite de sono.
Tiras a roupinha, preparas a do dia seguinte.
Lavas os dentinhos e upa "pá" cama, por hábito acendes a tv, e começas a enroscar-te a ela, um beijo no pescoço e ouves logo, -Hoje estou tão cansada... , deixas-te dormir, amanha acordas cedo.
Dormes e sem dares por isso um novo dia
E hoje acordaste mesmo cedo, ao menos não adormeceste, espera-te mais um dia de trabalho.
Vestes a roupinha que preparas-te no dia anterior, um copo de leite, lavas os dentes e sais para a rua.
Sais da porta de casa, o sol radiante que te bate em cheio na cara anuncia um dia estupendo, pões o pé na rua e algo te foge debaixo do pé.
A bosta do seu cachorrinho do cabrão do vizinho mostra-se no teu sapato reluzente, ainda mal começou o dia e já foste comido.
Vais pelo passeio a rastejar o pé em ervas altas e na borda do passeio, chegas ao carro, abres a porta e deparas-te com todo o sistema nervoso do teu carro a espreitar do local onde antes estava um auto-rádio Sony com LCD 9", GPS e alta voz. Foda-se, aquele radio tinha-te custado os olhos da cara e ainda estás a pagar com o...bom,adiante. Já foste foi comido de novo, e desta ainda nem o dia tinha começado.
Arrancas como quem tem pela frente o Lisboa-Dakar que com isto tudo já estás atrasado, para ao chegares á entrada da cidade, a uns míseros 4Km do limite dela ficares 2 horas parado numa fila para saires da auto-estrada. 2 horas!!! 2 horas esperaste tu na fila para quando chegas já ao traço contínuo um gajo vir a acelerar da faixa da esquerda e comer-te ao encaixar o carro no espacinho que tinhas deixado entre ti e o da frente, porque é que não arrancaste mais cedo? Porque não ias encostado? Este gajo á tua conta acabou de poupar 2 horas de transito e 5€ de gasolina. E ainda por cima se calhar ainda ninguém o comeu hoje.
Vais no resto do caminho que falta com o pensamento repartido entre o fdp oportuno na fila de transito e o teu colega que estaciona sempre o carro no teu lugar quando chega mais cedo.
Entras no portão da empresa e lá está, este gajo hoje comeu-te de novo.
Passas um dia infernal a ser comido pelo teu chefe, pelo chefe do teu chefe, pelo director, pelo patrão. Sais do trabalho mais cedo porque a dor de cabeça não te deixa pensar, deixas estas horas para compensar noutro dia se entretanto o tipo dos recursos humanos não te comer.
Chegas á porta de casa, aguarda-te uma cerveja fresquinha e quem sabe, talvez até acendas um charuto para relaxar.
Metes a chave na porta, rodas e entras em casa.
Dás com um cabrão no hall de entrada com o teu robe, com a tua cerveja na mão e o teu charuto na boca acabadinho de comer a tua mulher.
Sais porta fora e mandas-os todos foder...
Enquanto vagueias pela rua pensas em todos os tipos que hoje te comeram, todos os palhaços que sem respeito pelo próximo actuam imponentemente tornando a tua vida numa miséria.
O telemóvel toca, é aquela cabra que quer explicar, mandas o telemóvel com o caral.. hoje não te faz falta
Tanta injustiça no mundo e tinha logo que te calhar toda a ti, de certeza que á gajos piores que tu, e de certeza que têm vidas quase perfeitas.
Nesta vida todos te comem, o governo que não baixa o preço da gasolina, a prestação da casa que te vai adiando as férias ao médio oriente, e só te lembras da cara daquele cabrão de charuto no canto da boca a olhar para ti e olhos esbugalhados. O teu Montecristo de 6€ na boca suja daquele cabrão.
A noite tornou-se fria. Porque que não há mais respeito no mundo pelos outros? Todos se aproveitam das fraquezas do próximo. O frio passou a gelo. Nunca mais chegas á pensão. Mal consegues andar com o vento a entrar-te pelos botões da camisa, deixaste o casaco pendurado no hall. No hall onde estava aquele cabrão e que provavelmente já está com ele vestido enquanto profana o teu Montecristo de 6€ a travar o fumo do charuto. Aquele cabrão que te ficou com a mulher, a cerveja, o charuto e o casaco. Aquele cabrão que não respeita ninguém, como ninguém neste mundo respeita ninguém. Mundo cão onde quem sobrevive é o esperto que come o outro. E a pensão ainda tão longe. Pensas que por vezes mais valia o teu pai não ter comido a tua mãe.
Se ao menos todos fossem como tu, integro e mão aberta.
E a mão aberta que se estende á tua frente, a mão suja de um velho a quem o casaco é um jornal amarrotado, que ainda por cima nem deve saber ler para o aproveitar. E pensas no teu casaco nos ombros daquele cabrão enquanto come a tua mulher e a falta que te faz agora. O casaco, não a gaja.
A mão aberta que se estende a ti, misericordioso ser que sabe o que é sofrer neste mundo, a mão que só pede uns cêntimos para o jantar.
Metes a mão no bolso enquanto dizes, - Vai-te foder e vai mas é trabalhar, ou pensas que ando a sustentar chulos nesta vida.
Dás um pontapé no gato que se cruza no teu caminho e atravessas a rua para entrar na pensão, a pensão num cantinho deste mundo cão.


PS: E isto tudo porque eu precisava de uma legenda para a foto.

 
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