Não sei qual a sensação de ser atropelado por um camião, mas pela expressão que se ouve tantas vezes sinto-me como se tivesse sido.

Existem noticias más, existem noticias péssimas, e depois existem noticias que não sabemos definir, mas que sabemos que não são boas. No fundo são más, com algo estranho que não sabemos o que é.

Pior são aquelas que veem devagarinho, sorrateiras e depois nos atingem como um soco no estomago sem aviso.

Doem, ficamos doridos, desorientados e ficamos sem saber que estranho gosto era aquele

five points

"Que a dependência é uma besta, que dá cabo do desejo. E a liberdade é uma maluca, que sabe quanto vale um beijo." - Ou ando com a mania da perseguição ou até o rádio goza comigo.
Existem poucos dias em que a solidão me entra pela porta dentro como hoje.
Sou um solitário por feitio, gosto de me isolar e ver as pessoas ao longe. sinceramente, a maior parte das vezes custa-me mesmo aturar as pessoas.
Sinto-me bem comigo próprio e o meu espaço ameaçado com a presença de alguém. Mas hoje foi daqueles dias penosos de passarem, em que mesmo o abraço de um amigo deixa-nos abandonados.
Acordei ás 2 da manha, e quem me conhece sabe que é difícil acordar a meio da noite a menos que...não, é mesmo impossível. Acordei e fiquei a pensar em escolhas, caminhos, decisões. Acordei para sentir o inicio da solidão que iria dar-me o dia.
Vinha agora para casa a conduzir, o traço descontinuo a passar, cadente, certeiro, trouxe-me o cheiro de viagens distantes. Parei á porta com vontade de continuar, fugir.
Ando á muito tempo a pensar que o meu caminho é longe daqui, talvez mais perto de ti.
A pensar que a solidão é uma coisa boa, para ser partilhada.

Parabens